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"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Sessão do CRADIS discute Redes de Atenção

Problemas complexos precisam de respostas sociais articuladas, integradas e coletivas. Este é o pensamento da médica sanitarista Maria Eunice Kalil, palestrante convidada pelo Centro Estadual de Atenção ao Adolescente Isabel Souto - CRADIS, para abordar o tema “Por que Redes de Atenção?”, na sessão técnica do mês de outubro (26) e que reuniu cerca de 40 profissionais de saúde, educação e assistência social dos serviços públicos do estado.

De maneira didática e detalhada, Maria Eunice falou da necessidade da ação articulada entre os serviços públicos de atenção social e à saúde para que a rede possa oferecer respostas mais eficazes à sociedade.

Atendimento ou Atenção? - Ela destacou a diferença entre os procedimentos de atendimento ao público e de atenção à situação, sendo este último que precisa ser incorporado pelos profissionais da rede. “A diferença do atendimento a pessoas e da atenção à situação consiste na reflexão dos determinantes e condicionantes que levaram a pessoa a necessitar de atendimento. Pensar na situação e enfrentar os problemas a ela relacionados é uma forma de resposta social”, explica.

De acordo com a médica, o compromisso com a atenção integral à saúde dos cidadãos brasileiros não é algo novo, mais sim, um direito constitucional conquistado pelos movimentos sociais como, por exemplo, os que exigiam a Reforma Sanitária, instituída posteriormente através do SUS.

Integralidade e Articulação - Um exemplo de atenção integral é a ação articulada de serviços prestados às gestantes. A médica explica que para uma mulher, faz muita diferença quando é atendida integralmente desde o pré-natal até a atenção pós-parto do que quando passa por todos esses procedimentos sem que haja uma articulação entre profissionais e sintetiza "o todo é mais importante que a soma das partes".

A atenção integral eficaz, no entanto, não pode ser viabilizada senão através da articulação e integração das redes de atenção. Para Maria Eunice, é preciso compreender que os problemas sociais atuais não podem ser respondidos por um único setor e que o esforço coletivo para um trabalho intersetorial e em rede, implica sobretudo uma mudança na cultura organizacional.

A próxima sessão técnica acontecerá no próximo dia 30 e trará o gerente do CAPS ad Gey Espinheira, Joaão Martins, para falar do modelo de atenção à saúde de crianças e adolescentes usuárias de substâncias psicoativas no município de Salvador.


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