Universidade Popular, Juventude em movimento!

“A universidade, enquanto instituição social, realiza e exprime de modo determinado a sociedade de que é e faz parte. Não é uma realidade separada e sim uma expressão historicamente determinada de uma sociedade determinada”

A afirmativa acima, da filósofa Marilena Chauí, expõe a condição em que se apresentam as distorções históricas da universidade brasileira. A universidade ocupa um espaço privilegiado da representação social do poder e da sua reprodução. Por isso, tem refratado a sua função de promotora da emancipação social e da cidadania, constituindo-se em mais um lócus da reprodução da ordem social de exclusão.

Para a filósofa, é preciso “rediscutir a universidade como espaço de inclusão social para além da lógica mercantil e excludente do mercado”. Para tanto, é necessário, potencializar a capacidade da universidade de mobilizar os agentes organizados da sociedade que às mantêm, e a qual ela serve, no sentido de incorporar a formação cidadã, promovendo a reorganização da educação para assumir o compromisso de uma sociedade igualitária e orientada para o bem comum. A educação de nível superior deve estar orientada por uma visão de longo prazo, deixando de se organizar a partir da rápida adaptação às necessidades urgentes do mercado.

A educação pública no Brasil enfrentou em sua história recente um período intenso de sucateamento, compromisso da agenda neoliberal do governo tucano no Brasil, que retirou verbas do ensino público, promoveu o crescimento desenfreado das universidades privadas de forma desregulamentada e aumentou o largo desnível social.

A universidade pública brasileira reúne hoje condições históricas que nos permite adquirir novas ferramentas de democratização, debater a que modelo de sociedade ela tem servido e rediscutir a sua função social.

As instituições federais de ensino superior no Brasil enxergam para os dias de hoje, as possibilidades de promoverem a expansão necessária, mesmo que ainda somente enquanto política de governo, com aumento significativo de investimento, reestruturação acadêmica e rediscussão das formas de acesso.

A reforma que tem se efetuado nos últimos cinco anos sobre a universidade brasileira, com a política de ações afirmativas, de reestruturação e expansão das universidades, a necessária e estruturante política de permanência que precisa ser desenvolvida, o novo vestibular e o incentivo ao alcance da tão sonhada autonomia, precisa estar inserida na construção de um projeto democrático e popular para o país e concatenada ao desenvolvimento de uma nova política que tenha como objetivo a soberania dos povos. A crise no neoliberalismo abre chance para uma reconstrução do Estado numa perspectiva democrática e a conjuntura política atual da América Latina torna possível a construção de um mundo multipolar, a partir dos avanços da integração regional que ainda não incidiu sobre a reforma necessária para as universidades latino-americanas.

Ao movimento estudantil, está dada a tarefa de se organizar para disputar esse período de transformações das universidades brasileiras, lutando pela universidade pública, gratuita e de qualidade, que possa promover instrumentos para a superação das desigualdades no país e construir uma nova realidade para o povo brasileiro.

O Diretório Central dos Estudantes, entidade máxima de representação estudantil na UFBA, convoca as estudantes e os estudantes, as entidades de base, os movimentos sociais de dentro e fora da instituição e a própria UFBA para assumir a tarefa de um projeto popular para universidade, um projeto democrático para a cidade.

As teses para o Sexto Congresso de Estudantes da UFBA devem ser enviadas até o dia 30/10 para sextoconufba@gmail.com, para constar no Caderno de Teses (no máximo 3 folhas/6 páginas.

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-- EduardoRibeiro - 27 Oct 2009

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