-- DoriedsonAlmeida - 16 May 2007

TECNOLOGIAS E COTIDIANO: ESTRATÉGIAS CONTRA-HEGEMÔNICAS.

INTRODUÇÃO breve ensaio Em aberto RESUMO

O texto pretende apresentar reflexões sobre as possibilidades contra-hegemônicas do uso cotidiano das TIC,s, considerado experiências práticas relacionadas ao lazer e entretenimento, ao uso profissional e as política públicas de inclusão digital. Para tanto, desvelaremos as forças e cenários hegemônicos nos quais estas estão inseridas, relacionados ao processo de globalização e reprodução social. Terminaremos por identificar e exemplificar formas de resistências contra-hegemônicas que surgem através de burlas advindas dos processos de convivência cotidiana com as tecnologias a partir da analise das formas incorporadas ao uso cotidiano, seja no trabalho, na escola ou em seus lares.

1.Fazer um introdução desvelando um pouco as questões relativas a hegemonia e conta-hegemonia (com sustentação teórica a partir da sociologia e filosofia)

Milton Santos, relação técnica e política e o processo de globalização, como também reflexões sobre a técnica e os processos hegemônicos. Castells, abordagem sobre a revolução das tecnologias da Comunicação e Informação e a Revolução Industrial. Boaventura de Souza Santos, Discussão sobre Hegemonia e contra-hegemonia. Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI – Versão 3.0 – novembro 1999.

2.Continuar abordando a forma hegemônica como tecnologias surgem no cotidiano dos indivíduos Giroux - MAFFESOLI, Douglas Kellner, - apresentar aspectos referentes ao processo de hegemoneização da tecnologia a partir da análise das mídias contemporâneas e formas de uso das TICs. 3.Identificar burlas nessas relações cotidianas com os aspectos hegemônicos da tecnologia, como possibilidades criativas que promovam o seu uso criativo além da instrumentalidade.... Reflexões a partir de experiências práticas vivenciadas, blogs na internet, rádios comunitárias.... Burlas como? Se essas práticas são hegemônicas.... Se essas práticas são as reflexões mais importantes, colocar como ponto incial? Observar questões conceituais. O que é tomado como verdade? O que é hegemônico e o que contra-hegemônicos Burla enquanto espaço de tensão ao instituído. Trazer aspectos instituintes.

4.Bibliografias:

INTRODUÇÃO: breve ensaio Em aberto

O período histórico contemporâneo iniciado no pós-guerra e consolidado a partir do consenso de Washington* é apontado por alguns estudiosos como processo inelutável resultante do avanço das TIC (Castells, 1996). Para outros estudiosos as características da globalização, impostas segundo preceitos do pensamento neo-liberal (entendi nada) esse determinismo não passa de uma inversão de papeis onde tomam-se as causas como conseqüências, e daí a razão de atribuir as TIC o seu caráter central nesse processo enquanto na verdade são apenas resultado de processos históricos e políticos Santos (2000). (está confuso. Falta objetividade, clareza)

Estudiosos agrupados nessa corrente de pensamento dentre eles Boaventura de Souza Santos, consideram as questões relacionadas a hegemonia do atual modelo macro-econômico mundial, denominado “globalização” um processo resultante de consensos políticos dos países centrais, alinhados política e ideologicamente num consenso de sustentação da fase atual do capitalismo global.

Nesse contexto, é que as forças hegemônicas se movem (construção fraseal), manifestadas das mais diferentes formas. É nesse sentido que buscaremos analisar posturas contra-hegemônicas que emergem do uso/relação cotianana com as TIC decorrentes de um potencial latente para manifestação dessas forças/sentimentos.

Parece contraditório que por meio de instrumentos resultantes da própria ação das forças hegemônicas seja possível manifestações anti/contra-hegemônicas. Talvez este cenário seja resultante das contradições do atual modelo de globalização. Este modelo, apesar dos esforços, não consegue ser onipresente enquanto força motriz; senhor de tudo e todos, como parece pretender.

Nesse sentido atribuimos as TIC uma importância inegável devido a seu caráter anti-hierarquico e horizontalizad. (?) Talvez, a estas, não estejam apenas reservado o papel de atuar como a célula propulsora vital que torna irreversível o atual estado de coisas como aponta Castells mas também cabe-lhes um outro papel de contrabalançar as forças, mostrando horizontes possíveis de mudança e de contraposição à ordem hegemônica.

Neste sentido, Santos (2000), constata uma unicidade da técnica ao identificar que o desenvolvimento da história vai de par com o desenvolvimento das técnicas. Afirma que as técnicas da informação, por meio da cibernética, da informática e da eletrônica, representam a época atual, pois entende que as técnicas são elaboradas em famílias que transportam uma história, ou seja, cada sistema de técnicas representa uma época (MAFFESOLI, 2000) (maffesoli fala em categorias, CABE?) . O surgimento de uma nova família de técnicas não implica o desaparecimento das outras, contudo o acesso ao novo sistema não é para todos, podemos dizer que na verdade esse acesso é para poucos, nesse sentido que as apropriações cotidianas acabam por abarcar posturas contra-hegemônicas. As práticas contra-hegemônicas talvez decorram da constatação de Santos (2000) de que as tecnologias não podem ser vistas como dado absoluto, mas tornam-se história a partir de intermediaçoes políticas. Nesse sentido num contexto político hegemônico, estas serão usadas como artífice para a realização desse propósito: seja no âmbito estatal ou no âmbito privado. A hegemonia entendida como a prepoderância de idéias, conceitos, ideologias, culturas e técnicas que se arvora de uma pretensão dominante se manifesta de formas variadas, e se sedimenta com os melhores recursos de cada contexto. Estes podem ocorrer via cultos religiosos, impressos, rádio, televisão, cinema, e no caso em particular, objeto de nossa análise nesse trabalho: pelo uso cotidiano de tecnologias. Identificar como estes elementos hegemônicos surgem na sucessão dos dias e como são absorvidos, incorporados, impregnados na vida das pessoas também nos oferecerá os caminhos capazes de compreender possíveis usos contra-hegemônicos. Os instrumentos de comunicação de massa desempenham um papel significativo neste processo. As novelas, os programas televisivos, as redações jornalísticas, são produzidos segundo uma ótica hegemônica, atendendo aos ditames dos mercados homogeneizados e/ou movidos por forças igualmente hegemônicas. Nesse contexto a o papel da escola parece diluir-se como gota no oceano. Então que papel estaria reservado aos professores? o de repetir sem nenhuma reflexão a onda hegemônica, perpetuando esta incômoda situação, ou há alguma possibilidade de reflexão, construção de mudanças aceitáveis? Haveria espaço para posturas contra-hegemônicas a partir e através da escola?

Existem burlas neste processo todo. Elas acontecem e provocam algumas turbulências no equilíbrio do sistema. Quando rastreadas, mapeadas, identificadas e localizadas, são silenciadas. Este silenciar pode acontecer de variados formatos, não implicando em sua eliminação do sujeito. O mais comum é a desqualificação do opositor como pessoa desequilibrada, ou sem caráter.

2.continuar abordando a forma hegemônica como tecnologias 3.surgem no cotidiano dos indivíduos

A REVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Para Castells (2000, p.49), estamos vivendo uma revolução da tecnologia da informação por se identificar um novo paradigma formado a partir da emergência das tecnologias da comunicação e informação que, segundo ele, constituem “[...] o conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hadware), telecomunicações/radiofusão e optoeletrônica”. Essa revolução é caracterizada pela possibilidade de aplicações de conhecimentos e de informações para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamentos que possibilitam a comunicação da informação, porque essas “[...] novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos”. Ao contrário das revoluções tecnológicas anteriores que ocorreram apenas em algumas sociedades e foram difundidas em uma área geográfica limitada, a revolução da tecnologia da informação é marcada pela velocidade da sua difusão, devido a sua lógica de aplicação imediata no próprio desenvolvimento da tecnologia gerada, Castells (2000, p. 51). Segundo ainda Castells (2000, p.52), existem muitas áreas do mundo desconectadas do novo sistema tecnológico e o “[...] fato de países e regiões apresentarem diferenças quanto ao momento oportuno de dotarem seu povo do acesso as tecnologias da comunicação e informação representa fonte crucial de desigualdade em nossa sociedade”. Contudo, além da desigualdade social relacionada a falta de acesso, segundo Apple (1995), as formas de uso dessas novas tecnologias na escola também possibilitam a desigualdade social, na medida em que algumas pessoas as utilizam para programação e usos “criativos” e outras utilizam-na apenas para fazer exercícios. Neste sentido, Apple (1995, p.166) afirma que: [...] “a programação tem sido vista como jurisdição de dotados e talentosos” e daqueles alunos que são mais ricos. Estudantes menos ricos parecem descobrir que o computador é somente um instrumento para períodos de exercício e adestramento mecânico.

Com relação as formas de utilização das novas tecnologias Castells (2000, p.51) observa: Os usos das novas tecnologias de telecomunicações nas duas últimas décadas passaram por três estágios: a automação de tarefas, as experiências de usos e a reconfiguração das aplicações. Nos dois primeiros estágios, o progresso da inovação tecnológica baseou-se em aprender usando, de acordo com a terminologia de Resenberg. No terceiro estágio, os usuários aprenderam a tecnologia fazendo, o que acabou resultando na reconfiguração das redes e na descoberta de novas aplicações. (REFERÊNCIAS) Segundo ele (2000, p.25): [...] ao surgir uma nova família de técnicas, as outras não desaparecem. Continuam existindo, mas o novo conjunto de instrumentos passa a ser usado pelos novos atores hegemônicos, enquanto os não hegemônicos continuam utilizando conjuntos menos atuais e menos poderosos. Quando um determinado ator não tem as condições para mobilizar as técnicas consideradas mais avançadas, torna-se, por isso mesmo, um ator de menor importância. (REFERÊNCIAS) Ainda no dizer de Santos (2000, p.26): Diante da capacidade que tem a tecnologia de incorporar transformações na sociedade e de suas possibilidades contra-hegemônicas entisicas levantaremos alguns questionamentos: 1. O que é específico da revolução recente em relação ao processo inaugurado na modernidade com as revoluções industriais? 2. Existe alguma distinção entre o pensar tecnologia e a idéia de globalização? 3. Como a educação formal, mais especificamente o currículo dos cursos de formação de professor, se posiciona diante dessa revolução da tecnologia da comunicação e informação? Na resposta à primeira questão, podemos identificar como a principal especificidade dessa revolução, em relação às revoluções industriais, é que é a primeira vez, na história da humanidade, “[...] que tal conjunto de técnicas envolve o planeta como um todo e faz sentir, instantaneamente, sua presença” (SANTOS, 2000, p.25). Ou seja, as técnicas características da atualidade, mesmo de um só ponto do território, influenciam todo o país. Neste sentido, Santos (2000, p.25-26), nos apresenta um exemplo, comentando-o: [...] a estrada de ferro instalada em regiões selecionadas, escolhidas estrategicamente, alcançava uma parte do país, mas não tinha uma influência direta determinante sobre o resto do território. Agora não. A técnica da informação alcança a totalidade de cada país, direta ou indiretamente. Cada lugar tem acesso ao acontecer dos outros. O principio de seletividade se dá também como princípio de hierarquia, porque todos os outros lugares são avaliados e devem se referir àqueles dotados das técnicas hegemônicas. Esse é um fenômeno novo na história das técnicas e na história dos territórios. Antes havia técnicas hegemônicas e não hegemônicas; e hoje, as técnicas não hegemônicas são hegemonizadas. (REFERÊNCIAS) Assim, podemos concluir que a hegemonização das técnicas modernas reflete a não distinção entre tecnologia e globalização que se caracteriza, segundo Santos (2000), por ser o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. Isto significa que, para entendê-la, é necessário levar em conta dois elementos essenciais: o estado das técnicas e o estado da política. Santos (ANO , P.) nos alerta, ainda, para o fato de que “[...] há uma tendência em separar uma coisa da outra. Daí muitas interpretações das técnicas. E por outro lado, interpretações da história a partir da política” (SANTOS 2000, p.23). Além do mais, segundo Santos, a utilização de um sistema de técnicas avançadas pelo mercado global – caracterizado: pela unicidade da técnica, pela convergência dos momentos à cognoscibilidade do planeta e pela existência de um motor único na história, representado pela mais valia globalizada – vai resultar em uma globalização perversa, que poderia ser diferente se seu uso político fosse outro. No dizer de Santos ainda “[...] esse é o debate central, o único que nos permite ter a esperança de utilizar o sistema técnico contemporâneo a partir de outras formas de ação”.

Neste sentido, respondendo à segunda questão, não podemos separar o pensar tecnologia da idéia de globalização, senão ficaremos fadados a investir apenas em processos de reprodução. O que nos remete a terceira questão, que se refere ao impacto da revolução da tecnologia da comunicação e informação na educação abordada a seguir.

trechos que podem virar citações

“A ciência, neste sentido, está a serviço do capital politicamente articulado: o seu avanço

“Quando se analisa de maneira atenta os conteúdos que são desenvolvidos de forma explícita na maioria das instituições escolares e aquilo que é enfatizado nas propostas curriculares, chama fortemente a atenção a arrasadora presença das culturas que podemos chamar de hegemônicas. As culturas ou vozes dos grupos sociais minoritários e/ou marginalizados que não dispõem de estrutura importante de poder costumam ser silenciadas, quando não estereotipadas e deformadas, para anular suas possibilidades de reação.” (Santomé, apud, SILVA, 1995, p. 161).

“(...) A Disney não ignora a história; ela a reinventa como um instrumento pedagógico e político para assegurar seus próprios interesses e sua autoridade de poder. (p. 137) “O ‘Maravilhoso Mundo da Disney’ é mais que uma logomarca. Ela demonstra com o terreno do popular tornou-se central de mercantilização da memória e de reescrita de narrativas de identidade nacional e expansão global. (p. 140). “(...) As imagens eletronicamente mediadas, especialmente a televisão e o filme, representam uma das armas mais potentes do século XX. Construída como uma esfera pública, com um enorme alcance global, o poder da mídia eletrônica reforça o argumento de Stuart Hall de que não existe política fora da representação. (...) (p. 155). (Giroux, apud, SILVA, 1995.)

- Com sustentação teórica a partir teóricos da tecnologia, comunicação e outros que falam de hegemonia e contra-hegemonia

3. Falar consolidações hegemônicas a partir de espaços cotidianos (familia, escola, clube, etc) 4. Usar Certeau e outros autores que falam disso

4. Idendificar burlas nessas relações cotidianas com os aspectos hegemônicos da tecnologia

(Michel de Certeau pode ser um dos referenciais nisso tbm)

5. Identificar indícios contra-hegemonicos a partir de ações concretas no cotidiano ou que ao afetam...

(dai e um trabalho de partir de indícios mesmo, pois penso são poucos, dai Ginburg, leituras sobre método indiciário pode ser um caminho)...

REFERÊNCIAS 1.GALEFFI, Dante Augusto. A construção do conhecimento científico em questão: considerações polilógicas sobre a ambigüidade da ciência. In: _. Filosofar e educar. Salvador : Quarteto, 2003. 2.Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI – Versão 3.0 – novembro 1999. 3.GIROUX, Henry. Memória e pedagogia no maravilhoso mundo da Disney. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, RJ : Vozes, 1995. 4.MAFFESOLI, Michel. Medicações simbólicas: a imagem como vínculo social. In: MARTINS, Franciso Martins e SILVA, Juremir Machado (Orgs.). Para navegar no século XXI. 2. ed. Porto Alegre : Sulina/Edipucs, 2000. 5.SANTOMÉ, Jurjo Torres. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, RJ : Vozes, 1995.

Consultadas 1.GIROUX, Henry A. A disneyzação da cultura infantil. In: SILVA, Tomaz Tadeu da e MOREIRA, Antônio Flávio (Orgs.). Territórios contestados. 5. ed. Petrópolis : Vozes, 1995. 2.SKINNER, B. F. Reflexos condicionados e incondicionados – o homem-máquina. In: _. Ciência do comportamento humano. São Paulo : EUB, 1967. 3.

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