I Colóquio sobre o uso de Tecnologias na Educação

28 a 29 de outubro de 2008-10-29

A realização do I Colóquio sobre o uso de Tecnologias na Educação possibilitou a divulgação de trabalhos desenvolvidos na área tanto pelo grupo que compõe os Núcleos de Tecnologia Educacional na Bahia, quanto pelo público que tem interesse no tema, e mais, proporcionou um ambiente no qual os estudiosos e interessados no assunto interagissem com os demais pesquisadores para discutir questões importantes como o fortalecimento da base científica e tecnológica da Educação no Estado da Bahia.

Basicamente a idéia foi democratizar o conhecimento agregando valor na formação de professores, atendendo às expectativas e metas traçadas pelo governo e conferindo assim maior qualidade à educação. Para tanto, foram oferecidas palestras em sistema de videoconferência, além de ambiente para minicursos nos laboratórios de informática e espaço para divulgação de trabalhos. A composição da mesa durante a abertura constituiu-se com a presença da Coordenadora do evento – Profª. Telma Barbosa, a Profª. Iamara representando a diretora de EAD na Bahia - Profª. Norma Gonzaga, entre estas a Profª. Adriana Mármore da UNEB a Profª. Drª. Edméa Santos.

Nesta oportunidade a importância do PROINFO foi ressaltada, lembrando que durante 11 anos vem desenvolvendo ações para democratizar o acesso à informação e formação continuada do professor em parceria com os dezesseis NTE mais um NTE municipal no Estado da Bahia. Neste contexto foi divulgado também o evento programado para dezembro de 2008 como o tema Software Livre e a Educação no Instituto Anísio Teixeira.

A abertura da programação no dia 28 de outubro seguiu a partir da palestra de Profª Drª Edméa Santos (UFRJ) cujo tema foi “A Pesquisa na formação de professores na Cibercultura”. A Prof.ª Edméa, deu destaque à atuação do GEC - Grupo de Pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias, como referência de pesquisa na região e a importância da contribuição deste na sua formação e dos demais pesquisadores envolvidos na temática.

A interatividade propiciada no ciberespaço, os ambientes virtuais de aprendizagens disponíveis e todos os demais recursos viabilizados pelas TIC se modificam e potencializam rapidamente. A partir disto é que o profissional de Educação precisa acompanhar estas modificações e transformações, tornando-se pesquisador do próprio ambiente de atuação. Se ensinar é ser epistemologicamente curioso, o professor tem assim a oportunidade de ser autor de conteúdo.

O NTE contribui nesse processo ao estimular a pesquisa e edificação do saber docente a partir do seu contexto e atuação. Conseqüentemente promove a atualização de conceitos formados com o surgimento da internet que hoje não é mais a mesma. Prova disso é a WEB 2.0 que representa uma das transformações das novas por mais novas tecnologias, evolução da internet. Colabora ainda com iniciativas como da UAB – Universidade Aberta do Brasil, pois discute temáticas pertinentes, além de capacitar profissionais para atuar nesta nova frente.

Lidar com o ciberespaço também acarreta a necessidade de saber como pesquisar nele.

Para isso, a professora trabalha o conceito de pesquisa-formação entendendo pesquisa como busca de uma inquietação do cotidiano. A atuação do professor é campo também de pesquisa e questionamento. É a não separação do espaço de trabalho do olhar de pesquisador para a transformação. A necessidade da pesquisa vem da base de atuação que provoca inquietação. O problema é o começo de tudo. O fundamento desta idéia parte da compreensão de teóricos como Morin que entende conhecimento como forma de negociar, trabalhar, discutir, debater-se com o desconhecido que se reconstitui. O sujeito que interage com o professor também é pesquisador. Todos os envolvidos formam e se formam. Assim, salienta que as transformações acarretadas pelas inovações tecnológicas não deixaram imunes a pedagogia que por sua vez precisa mudar para criar condições à interação.

O AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem - faz parte dessa nova concepção de ensino como uma interface interligada de uso síncrono e assíncrono. Os conteúdos são produtores de gêneros textuais. É um ambiente produtor de discursos e não apenas uma ferramenta de conteúdos (pdf, hipertexto, mídia). São pré-textos disponibilizados para provocar. Assim, constitui uma plataforma de tecnologia onde o sujeito interage na interface, estruturando sua formação on-line em seu próprio tempo. Professora Edméa cita Felipe Serpa para falar de tempo. Segundo o professor este não existe, só existe se tivermos acesso a ele.

Outro ponto importante levantado foi a diferença grande entre educação on-line e EAD. É preciso estabelecer uma prática de Pedagogia das diferenças A replicação de modelos é considerada um erro, pois os professores e alunos não são iguais. O professor precisa estar implicado na formação do outro e contribuir com ele e consigo mesmo. Aqui a professora procura elucidar a questão, trazendo o conceito de implicação que consiste em sentir-se membro e responsável por seu conhecimento e o do outro. Na educação on-line, característica da Cibercultura, a formação é resultado da co-criação.

Assim, educação online é diferente de EAD (metodologia de mídia de massa) onde não há interação com os pares, professores, teleconferencistas. Não tem pólo de emissão liberado e o fundamento é a auto-aprendizagem como o material didático. A professora entende que o fracasso na EAD é atribuído à responsabilização do indivíduo pela construção do seu próprio conhecimento.Já na educação online o conhecimento é colaborativo e há auto aprendizagem. O papel do professor é ser pró ativo provocando dúvidas.

No dia 29 a palestra de abertura que seria com o Prof. Dr. Marco Silva (UFRJ) com o tema “Outros rumos para docência em educação on-line” foi substituída por outra fala de Prof.ª Edméa acerca dos meandros da pesquisa realizada nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem e a interação dos professores nestes ambientes.

Para tanto, utilizou o conceito de método baseado nas idéias de MORIN. Para o teórico o método aprende. “O método não precede a experiência, o método emerge (...) durante a experiência e se apresenta ao final, talvez para uma nova viagem”. No decorrer da apresentação a professora/pesquisadora também trabalhou com conceitos de programa e estratégia para destacar a importância da preparação/formação do profissional para interagir e pesquisar em ambientes online.

Lembrou que na pesquisa-formação não há dados somente ao final do trabalho. O dado na pesquisa de AVA é a fala do outro co-construtor. Segundo Marcos Silva daí a importância da participação/intervenção (criação do hipertexto nas falas construtivas). Para ZABALZA, (1994 p.18) é preciso atentar para a atitude do sujeito no AVA. O pesquisador num curso online precisa estar atento a todas as falas. O problema levantado pela professora foi justamente o de avaliar aquele sujeito que não expressa suas idéias, não interage.

Outro conceito importante tratado durante o evento foi o de dispositivo que é um conjunto de meios materiais e intelectuais. Estes potencializados pela tecnologia que também condiciona nossa atuação no AVA. As TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação - potencializam a expressão e a autoria.

A professora Edméa também aponta no seu discurso acerca da funcionalidade do curso de EAD que é preciso: criação de vínculo entre os que oferecem o curso e quem se propõe a estudar; o acolhimento como fundamental para a permanência do cursista e sua interação; o uso do glossário; um espaço para interação de todos os participantes de maneira mais informal onde possam descontrair e trocar novidades da turma e que desenho didático precisa ser atraente. Outros pontos que também mereceram atenção foram que a internet tem características de incubadora de mídias segundo o professor André Lemos. Por tanto, convergem nela para que se propagem e se misturem. Assim, A Web.2 constitui ação ou noção chamada de subsunsora. A necessidade de elaboração de projeto para uso da informática educativa nas escolas e também uso dos programas Linux educativo foram ressaltados. As oficinas aconteceram nos dias 28 e 29 e simultaneamente. Os temas giraram em torno dos recursos na web disponíveis para a implementação da prática do professor no trabalho com os conteúdos. Ocorreram oficinas de aulas web, aulas com tirinhas, AVA, OA – Objetos de Aprendizagem, Web2, Moodle e demais recursos estudados nos diversos NTEs da Bahia. Foram distribuídos impressos e CDs com sugestões apresentadas nas oficinas. Alguns destes estão disponíveis no GEC para consulta. No último dia, durante o encerramento do encontro houve a divulgação do livro ‘Cartografia Cognitiva’, de autoria coletiva da professora Prof.ª Edméa, de Prof. Roberto Sidnei (UFBA) e Solange Nogueira (UNEB).

Realização: DIREC/CTE/SEC/IAT, NTE, UNEB, CEFET, SENAC. Apoio: PROINFO, SEC, EDUCAREDE, LDM, PREFEITURA DE SALVADOR. www.sec.ba.gov.br/iat

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