SOU LIVRE TAMBÉM

Projeto de Sensibilização ao uso de Software Livre na Faculdade de Educação/UFBA

Justificativa

O século XXI inicia-se com grandes transformações políticas, econômicas, sociais e culturais em todo o mundo. No entanto no Brasil a maior parte da população brasileira está à margem do acesso às tecnologias. Estatísticas mostram que apenas 10% da população brasileira têm acesso ao computador conectado a internet. Desta forma muitas iniciativas vêm sendo desenvolvidas no sentido de potencializar o processo de universalização desse acesso, mas não se constituiu ainda uma cultura digital que possibilite aos brasileiros não só usar os aparatos tecnológicos, mas também compreenderem o contexto tecnológico onde estão inseridos, as implicações do uso desses elementos e as transformações que estão desencadeando ou podem desencadear nas comunidades.

Dentre essas iniciativas, temos a implantação de laboratórios de informática nas escolas, tanto públicas quanto privadas, cujo uso está se restringindo a aulas de informática para que o aluno aprenda a operar a máquina e alguns softwares, na maioria dos casos proprietários, sem uma discussão que envolva as dinâmicas políticas, culturais e econômicas implicadas nesse processo. Ter acesso às tecnologias, implicando-se nessa cultura, significa também entender que as transformações sofridas pela sociedade nos últimos anos modificam de forma significativa as nossas relações pessoais, com o trabalho, com o saber e com o lazer. Significa estar inserido em um novo mundo onde a informação e a capacidade de transformá-la é o centro de todo este processo.

Muitas outras iniciativas junto às comunidades menos favorecidas economicamente vêem sendo desenvolvidas com o objetivo de combater a exclusão digital. Essas experiências têm mostrado que, no Brasil, os processos de inclusão digital só serão viabilizados se três fatores básicos forem articulados: tecnologias de informação e comunicação, renda e educação. Ou seja, pensar na efetivação desse processo é tomar consciência da necessidade de conexão, de formação da população para o uso e de oferecimento de hardware e software acessíveis economicamente.

Com o objetivo de potencializar esses processos vem se intensificando no Brasil, neste início de milênio, o movimento pelo uso do Software Livre, um movimento que teve início na década de 80 e que está ligado à liberdade dos usuários executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem os softwares, liberdade esta que busca fazer o contraponto à hegemonia dos softwares proprietários, os quais são comercializados sem acesso ao código-fonte, portanto sem a possibilidade de ser alterado. Essa característica faz com que, além do usuário pagar caro pela primeira versão do software adquirido, necessite também pagar por suas atualizações. Os custos de aquisição dos programas livres são bem menores, sua concepção vislumbra a liberdade de produção e compartilhamento do conhecimento e o desenvolvimento e a independência tecnológica nacional, o que implica em melhoria da conjuntura sociocultural e econômica do país.

É tendo como objetivo a formação de uma cultura digital que a Faculdade de Educação da UFBA, desde a década de 80, vem criando espaços e possibilidades de construção de competências na área da Educação e Tecnologias, seja no âmbito das disciplinas, seja no de instalação de ambientes de formação e desenvolvimento de cultura. Mais recentemente a Faced inseriu-se no movimento pelo uso do Software Livre, agregando a seus objetivos o de difusão da cultura linux. O que se busca, na Faced/UFBA, é a montagem de um sistema, centrado da lógica das redes, onde o acesso ao mundo de informação para os futuros professores e professoras se dê de forma plena e intensa.

Exemplos de projetos e ações nesse sentido são a reestruturação de todo o espaço físico da Faced, a criação da ala de Tecnologias da Informação que dispõe de laboratórios de informática equipados com computadores em rede operando com sistema operacional Linux, ilha de edição de vídeo, rádio FM, canal interno de TV, webdesigner e terminais públicos de acesso a Internet – tabuleiro digital -, também operando com Linux. Com o projeto tabuleiro digital desenvolveu-se também um modelo de móvel específico para os terminais públicos, que são mais do que simples bancadas para suporte de computadores, constituindo-se na criação de um móvel baiano para a Sociedade da Informação.

No entanto, a exemplo do que vem acontecendo em outras esferas sociais, junto à comunidade acadêmica da Faced – alunos, professores e funcionários – esse ainda não é um tema de consenso. Muitos argumentos contrários à instalação do sistema Linux se fazem presentes, principalmente entre aqueles que não conhecem o sistema. Logo, torna-se necessário desencadear um processo de mobilização/sensibilização da comunidade da Faced para o uso de sistemas livres. Para tanto, estamos propondo o projeto Sou Livre também! que busca criar espaços para debate, experimentação, utilização, produção de conhecimento e criação de cultura em torno da articulação das temáticas Software Livre, Inclusão Digital e Formação de Professores.

Objetivos

Metodologia

Como este projeto procura não apenas sensibilizar, mas também capacitar, produzir conhecimento e cultura na comunidade, estaremos desenvolvendo-o a partir de três focos:

Como estes focos estão articulados, não se desenvolverão de forma linear, podendo acontecer simultaneamente. Também, algumas atividades poderão contemplar mais de um foco de interesse.

1ª Foco: Despertando o interesse

2ª Foco: Sou Livre Também!

3ª foco: Manutenção

Estratégias

Divulgação

Ações

Avaliação

Segundo Ralph Tyler citado em HAYDET (1997) o processo de avaliação consiste em determinar se os objetivos estabelecidos estão sendo realmente alcançados. Desta maneira, estaremos considerando e analisando constantemente o movimento desencadeado na Faculdade - engajamento dos diversos setores, debate estabelecido, familiarização com os sistemas livres, cultura constituída.

Para isto, utilizaremos uma avaliação diagnóstica que será realizada no início do projeto com a intenção de detectar as concepções dos sujeitos envolvidos nesse processo, tentando identificar suas causas pois, com base nessas análises poderemos estar redirecionando as ações e projetando outras que venham atender as necessidades e expectativas dos membros da comunidade. No final do projeto, estaremos realizando uma avaliação formativa a fim de comprovar se os resultados desejados foram alcançados ou até que ponto as metas previstas foram atingidas.

Referências

AFONSO, C. A. Internet no Brasil: o acesso para todos é possível? Policy Paper - ILDESFES; Friedrich-Ebert-Stiftung, n. 26, setembro de 2000, 20 p. CARTILHA de software livre. Software livre: socialmente justo, economicamente viável e tecnologicamente sustentável. [S.n.] : Salvador, Bahia, julho 2004.
HAYDT, Regina Celia Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6.ed. São Paulo : Ática, 1997.
SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Exclusão Digital: A Miséria na Era da Informação. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2001.
SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Software Livre. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2004.
SILVEIRA, Sérgio Amadeu da; CASSINO, João (orgs). Software livre e inclusão digital. São Paulo : Conrad Editora do Brasil, 2003.

Projeto Software Livre Brasil: www.softwarelivre.org Projeto Software Livre Bahia: www.psl-ba.softwarelivre.org Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI: www.iti.br Faculdade de Educação (Faced)/UFBA: www.faced.ufba.br Tabuleiro Digital/Faced: http://twiki.im.ufba.br/bin/view/Tabuleiro Grupo de Administradores Voluntários da Rede de Informática (GAVRI)/Instituto de Matemática/Universidade Federal da Bahia: http://twiki.im.ufba.br/bin/view/GAVRI

-- MariaHelenaBonilla - 19 Dec 2004

-- AdrianeHalmann - 30 Sep 2005

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